terça-feira, 28 de setembro de 2010

"Falsa" moqueca de peixe

Estou emocionado em postar minha primeira "falsa" receita. Ficarei muito emocionado também quando postar a primeira receita de espuma de alguma coisa, que não seja de sabão.

Enfim, esta receita de moqueca de peixe, conforme vocês verão, é bem confusa, do ponto de vista de uma pessoa que não tem experiência na cozinha. Lhes apresentarei a o vídeo e em seguida a receita, tal qual ela foi apresentada, porém, obviamente com meus comentários e adaptações livres em negrito e itálico.



Ingredientes:
- 400ml de leite de coco
- 4 filés (essa receita saiu em uma revista e na matéria, o autor fala em 'posta', porém na receita está filés. O peixe pode ser um robalo ou namorado, na minha opinião) altos de peixe, de 400g cada, sem pele
- 80ml de azeite de dendê
- 6 tomates rasteiros (é bem fácil distinguir se o tomate é rasteiro, néam!) maduros sem pele e sem sementes picadinhos
- 1 xícara de chá de folhas de basílico (para que complicar e falar basílico se, na verdade, é manjericão?) frescas cortadas em tiras largas
- 1/2 pimenta dedo de moça sem sementes picadinha
- 2 colheres de sopa de azeite de oliva
- sal

Modo de fazer:
Refogue os tomates no azeite de oliva até fritarem levemente. Escorra com uma escumadeira, adicione o basílico, a pimenta e o sal (mas nem se você usar um lança-chamas, tomate e azeite fritarão e soltarão tanta água a ponto de ser possível 'escorrer'. Eu adicionei um pouco de água e molho de tomate). Reserve (reserve o que? o líquido, os tomates, os 2 separadamente? São os 2 separadamente).
Dissolva uma colher de sopa de amido de milho em 20ml de água fria. Coloque o molho obtido em uma panela, leve ao fogo brando e, quando iniciar fervura, adicione o amido aos poucos, mexendo sempre até obter um molho espesso (fiz isso, só não sei porque, já que fica um negócio sem tempero algum).
Em uma forma refratária, despeje inicialmente todo o leite de coco e acomode folgadamente os filés do peixe. No espaço entre eles, distribua o azeite de dendê lentamente, sob a forma de fio (na ânsia de dar sabor ao prato, distribui o azeite de dendê grosseiramente por tudo). Distribua os tomate refogados e escorridos cuidadosamente sobre os filés e leve ao forno aquecido a 180° até o molho borbulhar.
Retire a forma do forno e, cuidadosamente, remova os filés do peixe e reserve.
Aqueça os filés rapidamente no forno; coloque-os em pratos aquecidos, circunde com o molho quente (qual molho? o molho escorrido do tomate e engrossado com o amido de milho ou o molho do leite de coco com azeite de dendê? Como vocês viram no vídeo, não fiz este passo e servi diretamente.)ou sirva o mesmo a parte em uma molheira. Um arroz branco soltinho, uma taça de Riesling, alguém para acompanhar e nada mais. Bon appétit!

Como resultado final, se vocês considerarem a receita original, vai ficar um prato totalmente sem tempero e, consequentemente, sem sabor. Observem que o tempero vai apenas nos tomates.
Particularmente, adicionei muito mais sal e pimenta, porque gosto e porque a receita em si, não tem nada.
Considerando que esta receita foi veiculada em uma revista de distribuição praticamente livre, acredito que poderia ter sido melhor detalhada e poderia ter sido dado pelo menos um nome.
Ponto positivo da receita: não é comum, pelo menos pra mim, usar manjericão em peixes. Aprovei esta combinação e tentarei explorar mais.
Reforço a idéia de que esta foi a MINHA percepção. Para outros, a receita pode estar detalhada o suficiente.


Receita retirada, originalmente, da revista Revide, por João Roberto.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Como tirar chopp Heineken - direto da Fabrica da Heineken - Jacareí


Depois de ensinar vocês a tirar um chopp Guinness em 2008 direto de Dublin, na Fábrica da Guinness e depois de ensinar a tirar um chopp Heineken direto de Amsterdam em 2009, 2010 chega com mais um ensinamento: como tirar um chopp Heineken, porém diretamente da fábrica da Femsa no Brasil, localizada em Jacareí-SP.



Sem muita frescuras, vamos às regras básicas, mesmo porque tu não vai sair daqui direto para a competição mundial de tiradores de chopp do universo, só quer impressionar a gatinha no churrasco e dar uma zuada no cabloco com o violão tocando Cazuza.

- Limpe o copo com água limpa;
- Posicione o copo em um ângulo de 45° com a base da chopeira, com a estrela vermelha da Heineken virada para você;
- Acione o 'manche' da chopeira para que o chopp saia, porém, não diretamente no copo;
- Depois de alguns segundos, comece a encher o copo (óbvio que esta regra depende do copo. O objetivo é que o chopp fique na altura das 2 pontas laterais da estrela vermelha do copo e o restante, com o creme);
- Volte o 'manche' da chopeira para a posição inicial (neste momento o copo deve conter chopp até a altura da estrela);
- Acione o 'manche' da chopeira para que o creme possa 'selar' o copo;
- Retire o excesso de creme com uma espátula (este passo é visível no vídeo gravado em Amsterdam).

Além de você conhecer todo o processo produtivo da fábrica e ter uma palestra super divertida, você ainda pode degustar, ao final, várias cervejas produzidas pela Femsa, bem como ganhar um keg de 5l!



Este é um dos benefícios de seguir o twitter da Heineken (@heinekenbr): ficar sabendo quais as datas em que você pode visitar a fábrica, gratuitamente. Você pode também ligar diretamente para o SAC da empresa, no telefone 0800 888 10 10 e verificar a disponibilidade.

Aproveito para colocar neste post também mais uma bela propaganda da Heineken:



E agora fica a pergunta: qual a próxima fábrica de cerveja que o MesaPra1 irá visitar?

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Filet à JK

Esse prato sim, é um verdadeiro desafio aos solteiros, ou pessoas que não têm muita prática na cozinha, mas querem aprender e gostam, como eu!

Um verdadeiro clássico dos restaurantes mais tradicionais, o Filet à JK não é brincadeira! Fiquei muito emocionado ao final, vide o tempo que coloquei na montagem... sem brincadeira, foi um dos pratos que mais me emocionou fazer. Primeiro porque eu realmente gosto e segundo porque fazer um Filet à JK é como vencer o monstro da fase final do jogo, é como lutar contra um Godzilla... o prato tem proporções continentais... é lindo demais!

Como diz o blog Casa Consul: "O Filé à JK se tornou parte da história de Franca, segundo a lenda, este prato foi criado pelo próprio presidente da República, Juscelino Kubitschek na década de 60, quando se hospedou na região para a inauguração da usina hidrelétrica. Ele mesmo foi à cozinha do famoso Grande Hotel de Araxá, onde estava hospedado, e pediu para preparar, sozinho, um prato diferente e saboroso".

Este vídeo é a prova de que eu preciso de uns 30 minutos para os meus vídeos... foi muito engraçado o 'fazimento'



As quantidades abaixo são suficientes para 4 pessoas comerem bem pra caramba:

"Ingredientes:
1kg g de filé
250 g de mussarela
250 g de presunto
Farinha de rosca
Farinha de trigo
2 ovos
1,5 xícaras de arroz
1 colher (chá) manteiga
2 gemas de ovos
400 g de batata
100 g de palmito
2 tomates
1 alface
sal, alho e cheiro verde a gosto

Modo de Preparo:
O Filé
Peça ao açougueiro cortar meio fino e grande e, na sua casa, bata, mas bata com vontade, use o filet e o martelo como seu psicólogo, tempere com alho e sal, depois coloque por cima 100 g de presunto e 100 g de mussarela, dobre de maneira que o recheio fique no meio todo coberto pelo filé, após empane o filé recheado: passe na farinha de trigo, nos 2 ovos batidos com uma pitada de sal, e por fim na farinha de rosca, frite em óleo quente e que cubra o filé.

O Arroz Amarelo
Cozinhe o arroz normalmente, após acrescente, a manteiga, as gemas de ovos, a ervilha (como eu não gosto de ervilha, eu não coloquei... ervilha é totalmente dispensável) misture bem e está pronto.
Montagem Final

No prato que você vai servir, coloque o alface, o filé, o arroz, a batata frita, o palmito e o tomate.
Dica:
Pode acompanhar bananas fritas a milanesa."

Fazer emulsão de limão, petit gateau, é sussa... quero ver fazer um FILET À JK!

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

2° prêmio Blogbooks - Estamos classificados!

Sim, sim, sim! Estamos na lista final de 1o blogs que serão avaliados por um júri técnico!


Mais de 80 blogs participaram da votação e os 10 mais votados, entre hoje e o dia 24 de Setembro, têm a possibilidade de 'virar' um livro!

Estamos todos muito felizes com a notícia e queremos agradecer a todos que nos ajudaram com 1, com 2, ou com 500 votos! Saibam que cada retweet foi muito importante! Todos vocês participaram desta vitória!



sexta-feira, 10 de setembro de 2010

O underground gastronômico de Buenos Aires pt. 7 - Tomo 1

Tudo começou com uma tentativa frustrada de ir ao La Vineria de Igualterio Bolivar. Porém, o mesmo não abre às segundas-feiras (esteja este plural certo ou não). Desta forma, meu colega Alexandre, pesquisou sobre os melhores restaurantes de Buenos Aires. Em duas listas dos 10 melhores, o número 1 era o mesmo: TOMO 1. Nestas resenhas limos que havia um menu degustação de 6 passos por uns 200 pesos mais ou menos. Resolvemos conferir, passada a hesitação inicial.

O restaurante fica no 'sobre-piso' (se é que posso chamar dessa forma) do Hotel Panamericano, apesar de ter uma entrada, e elevador, próprios. O que dá um ar mais personalizado.

Apesar das recomendações, não fizemos reserva e tinha lugar sobrando. Não estava vazio, mas tinha lugares sobrando. O bar possui um balcão totalmente disforme para os clientes e uma bancada para que sejam preparados eventuais drinques do cardápio. O ambiente com pouca luz, e não escuro, o que me agrada muito, é, relativamente antigo (entenda apenas que não seja moderno, não que seja velho!).





Ao pedirmos o cardápio, fomos surpreendidos novamente pela ausência do menu degustação. O mais próximo que encontramos foi um menu de 3 passos por 180 pesos. Sem vinho, sem água, sem porra nenhuma. Questionamos o garçon que imediatamente chamou o educadíssimo Lucas Frattini para esclarecer nossas dúvidas. Perguntamos pelo menu degustação. Ai, ele foi surpreendido pela nossa pergunta. Percebi uma certa hesitação da parte dele, mas admiro sua astúcia pois rapidamente ele deu uma leve desconversada até informar que o menu degustação não estava escrito, apesar de existir, dependendo da disponibilidade das chefs. E, de antemão, ele já nos sinalizou que o valor do menu degustação seria de 450 pesos com direito a 8 passos. Pedimos que fosse averiguar com as chefs Ada e Ebe Concaro esta possibilidade. A resposta, para nossa sorte foi afirmativa.

Meu colega, um raro conhecedor de vinhos no meu círculo social, ao abrir a carta, não hesitou um instante sequer para escolher o Angelica Zapata, Chardonnay, 2005. Aprovado em 100% pela minha ignorância.

O que segue a partir de agora é uma avalanche de qualidade, criatividade, sabores intensos e variedade.

O cuidado foi tamanho que, quando pedi, no início da degustação, que fosse escrito o nome dos pratos em um papel para que pudesse guardá-los, não imaginava que seria entregue uma 'carta', com o adesivo do restaurante, e um papel timbrado, impresso, todos os 10, sim... foram 10 passos, do menu. Além, obviamente dos pães, torradas e manteigas de entrada.





Canapé de berenjenas, tostón con aceitunas negras e pimientos ou Canapé de beringelas, uma espécie de creminho de azeitona e pimentas. Eu, que não gosto de beringela, gostei!



Tapeo de chipirones rebosados con sus dips ou a nossa lulinha à doré. Destaque também para os 3 potinhos nas cores laranja, rosa pink e rosa claro, com molhos deliciosos E a crocância E o não excesso de fritura. Hávia (reparem na base do receptáculo das lulas) algumas coisinhas verdes fininhas e molinhas... saborosíssimas.



Vieiras gratinadas en sus jugos com juliana de apio. Aqui, é uma colherada em cada, com tudo que tem direito e com uma colher, que por falha minha não foi fotografada, mas com um formato peculiar, que deve ser o correto)



Crema de hinojos y su bizcocho crocante. Vejam e eu pude comprovar: é um creme e não uma sopa de erva-doce. Não é tão denso quanto um creme, nem tão líquido quanto uma sopa. É, apenas, muito bom!



Dumpling de camarones a la manera de Tomo I. O que curti aqui, além do sabor, obviamente, é que esse dumpling de camarão, veio servido, praticamente, dentro de um copo. Reparem que em muitos pratos há muitos verdinhos.



Ravioli de pato com lamina de mango. Não tinha comido pato antes, quiçá com manga que também não está no hall da fama das minhas frutas preferidas. Mas a textura da massa, com a da carne... e a manga quase que defumada ou cozida, molinha... é de perguntar se vende de 100 unidades.



Codorniz sobre vegetales aromáticos y chutney de frutas. Codorna é codorna. Vegetal é vegetal. Fruta é fruta. O que me surpreendeu aqui, foi o chutney de frutas que são uvas passas e outras coisinhas com a codorna!



Bife de lomo com cebollas caramelizadas, flores de coliflor y su puré. Aqui eu parei tudo joguei a mão pro céu e gritei: MEU DEUS! O filet-mignon (acho que era isso) ALTO, dava para, quase ser cortado com o garfo de tão macio. Quem me conhece, sabe que eu adoro cebola caramelizada. Junto com o dumpling de camarão, ponto alto da noite. Os demais ficaram coisa de décimos abaixo apenas.



Bouquet de hojas verdes con frutos secos, queso brie y nuestro paté. Não é salada! É um bouquet de folhas verdes com muito queijo brie e o patê da casa! Isso porque eu não falei dos grãos de bico! Duros, mas comestíveis, ainda... coisa que eu nunca tinha comido, provavelmente devido à minha ignorância gastronômica.



Parfait de chocolate al Cointreau. 'Parfait' que no latim é 'estrategía', em inglês é 'strategy', em francês é 'perfeito'. Na minha concepção, não tenho capacidade literária suficiente para falar algo sobre o 'perfeito' além da prepotência e de que estava realmente bom... Cointreau com chocolate é foda... ouvi dizer que até com café fica bom também. Experimentarei com água!



Mousse de maracuyá con frutas frescas. SIM! Vieram duas sobremesas, uma para cada pessoa. Experimentamos a de ambos. Aqui, a consistência do mousse é algo de impronunciável de bom!



Vale ressaltar que, quando chegou a carne vermelha, que orna melhor com vinho tinto, todos sabem, coincidentemente, nosso vinho branco estava no final. A partir de então, as taças de vinho vermelho não pararam de vir em nossa mesa... por conta da casa! Muito delicado, não?

Enfim... praticamente o D.O.M. de Buenos Aires.

Tomo 1
http://www.tomo1.com.ar
Carlos Pellegrini 521
1009 Buenos Aires, Argentina
(0)11 4326 6698

domingo, 5 de setembro de 2010

O underground gastronômico de Buenos Aires pt. 6 - Las Cabras

Minutos depois de ser aconselhado pelo taxista a 'escolher lugares mais seguros para ir', sai, praticamente desnorteado em busca de um lugar pra comer.

Aqui em Buenos Aires, pelo menos em Palermo, é muito comum que o restaurantes coloquem mesas e cadeiras, obviamente, nas calçadas e muitas vezes estes lugares são mais disputados que a parte interna dos estabelecimentos. No caminho, me lembrei de ter passado em vários restaurantes assim e resolvi ir no que tinha mais gente, supondo que fosse o melhor.



Parei no restaurante Las Cabras, um lugar em que a hostess não tinha tempo sequer de tirar dúvida de clientes: ou anotava no papel seu nome e quantidade de pessoas ou estava levando pessoas às mesas. Vários argentinos se aglomeravam no pouco que sobrava da calçada, cheia de mesas e cadeiras.

Ela me avusou que demoraria de 20 a 30 minutos, porém não esperei mais do que 15 e neste tempo observei que o prato que mais era servido era a temível parrillada. Caso vocês tenham curiosidade de saber o porque do 'temível', peço a gentileza de lerem minha experiência prévia sobre parrillas argentinas: http://mesapra1.blogspot.com/2009/04/chinchulin-coprofagia-argentina.html. Como dito anteriormente, não tenho culhões suficientes para uma nova parrillada, portanto não a pediria. Resolvi pedir uma das carnes que faz parte da parrillada, o 'asado de tira', que, naquele estabelecimento é feito em forno à lenha.



Particularmente, gosto de restaurantes em que há giz de cera para desenhar no papel. Este, é um deles.

Muito engraçado a atitude das garçonetes: se elas precisarem de algo que está na sua mesa, elas pegam deliberadamente. Logo que sentei, a mesa do lado pediu sal. Sem pensar duas vezes, a garçonete pegou o que estava na minha mesa. Durante nossa refeição (a minha e a da mesa do lado) compartilhávamos educadamente o sal. Algumas vezes até já prevíamos a necessidade do sal e oferecíamos sem que fosse preciso pedir. Outro momento, a garçonete precisava de um copo. BINGO! O da minha mesa foi escolhido!

Como de costume, pão e manteiga. Nada a declarar... na média, normalzão. Porém, a garçonete, podia ter colocado perto de mim, né? Observem:



O prato, ou melhor, a tigela de barro em si, veio como estava no cardápio, com salada. Dependendo do prato que você pede, ele pode ser servido também em um prato de madeira, como pude observar em outras mesas.



Curiosamente, digo curiosamente porque duvido que os argentinos pensaram nisso, vieram 3 pedaços de 'asado de tira' e um deles em um ponto distinto, que os classifico como: pouco mal passado, relativamente no ponto e passado quase que pra cacete. Carne suculenta. Gostosa. Satisfez bem!



A salada, sem tempero algum. Mesmo depois do sal, não consegui aproveitar muito do sabor de um suposto molho que tinha ali.

Preço justo (uns 60 pesos com as bebidas). Ambiente arborizado. Comida boa. Quero voltar pra comer outro prato que me chamou a atenção, mas pelas imagens que vi, seria muuuuuuuuuuuuuuuuuuita comida pra mim e pelo que eu lembro, seria um frango com purê misto de batata e abóbora, com batata e/ou salada e/ou outras coisas que eu não lembro bem.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

O underground gastronômico de Buenos Aires pt. 5 - Olsen


Achei este restaurante enquanto procurava o endereço do Tegui no Google Maps. Depois, falei com um, falei com outro, li algumas resenhas... mas nada estava sendo suficiente para me convencer a ir, até que li que o restaurante tem 60 TIPOS DIFERENTES DE VODKA! Qdo li isso, pensei: mesmo q seja em Buenos Aires, vou! Foi quando me dei conta que estava em Buenos Aires, mais precisamente a cerca de 900 metros do lugar!!! Impossível não conferir!

Fui jantar, e por isso não pude observar a beleza do jardim do restaurante, porém, como estava frio, jantei com a lareira cheia de fogo... bem no centro do ambiente!



Obviamente que vieram os pães, uma espécie de donuts/bagel em uma forma bem interessante, com 2 patês. Belisquei todos e matei os patês. Por pouco não fiquei brincando de 'jogar argola' na mesa.



Observando o cardápio fiquei ultré-feliz, pois não eram preços abusivos, exceto por algumas vodkas, que chegavam a custar 60 pesos, 1 dose. Fui direto no 3 x 3 Smorrebrod. Esse Smorrebrod são umas entradinhas escandinávias, ou da Dinamarca, com 3 doses de vodka: Absolut, Absolut com suco X, Absolut Y com suco Z. Por cerca de 35 pesos.



Antes de pedir o prato principal, fui obviamente nas vodkas. Resumindo a história, pedi para eles me falarem as vodkas disponíveis porque fui sorteado a pedir 5 vodkas que não tinham. Provavelmente das 60, 55 eles tinham, porém é muito chato pedir 5 diferentes e não ter nenhuma. Mas, sendo bem sincero, já tinha bebido no hotel, já tinha bebido as 3 doses de vodka absolut... eu estava mais dando risada com a mina que me atendeu do que puto. Isso me lembra outro ponto: eu pegaria todas as garçonetes. Pegaria de um modo escandiávio... fortemente escandinávio. Aliás, todos, homens e mulheres que trabahavam no Olsen, vestiam o mesmo modelo, exceto a caixa, que usava o mesmo modelo porém de outra cor.

Pedi uma vodka Svaritch!



Enfim, o prato: bondiola ahumada Olsen, salsa de frutas rojas, puré de papas y dill. Por meros 52 pesitos. Perguntei á garçonete que me confirmou ser a especialidade da casa. Sério... uma carne extremamente gostosa (é de porco, não?), que desfiava um pouco, mas não mais do que o suficiente e o molho de frutas vermelhas, doce no ponto certo. E dill com batata é igual dill com peixe, orna que é uma beleza!



Depois do prato pedi uma vodka para fechar a conta: Luksusowa.



Sai de lá, dando risada, mas de felicidade, desta vez... tranquilo... caminhando sob uma chuva bem fina os 920m que me separavam da cama, sabendo que o preço foi muito justo (156 pesos), comida muito boa e atendimento, na medida do possível, bom.

Se alguém me perguntar se não teve nenhum ponto negativo, eu diria que pelo bar ser bem perto das mesas, o liquidificador usado para fazer alguns drinks chega a incomodar um pouco, mas talvez só me reparei por estar sozinho, me atentando a tudo que ocorria no restaurante!

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

O underground gastronômico de Buenos Aires pt. 4 - Tegui


Foi uma noite engraçadíssima. Fazia tempo que não ria tanto... que não ria tanto de mim mesmo! Na ânsia por achar lugares perto de casa, achei um lugar a 400m do hotel que havia resenhas positivas e negativas, estava no 50/50. Resolvi arriscar.

Tegui é o nome do restaurante. Observem a entrada do restaurante. Alguém já viu algo semelhante? Naquela porta, além do "Tegui", há um olho mágico e uma maçaneta e o vidro é totalmente escuro, sendo impossível imaginar o que encontrar. Há uma campainha também. Toquei a campainha e uma mulher, vestida idênticamente à Trinity do Matrix, mas com 75% da beleza da Carrie-Anne Moss (o que já lhe dá uma nota 8) me atendeu dando boas vindas e perguntando se havia reserva. O fato é que, ao se abrir a porta, a escuridão não se altera, pois você se depara com mais escuridão, que é o bar. Com muito orgulho pedi uma 'mesa pra 1'. Aguardei por 4 minutos e a Trinity porteña me levou à mesa.



De onde esperei, já pude ver a luz, o restaurante e já comecei a pensar: fudeu, fudeu, fudeu. FUDEU! Mas quem me conhece sabe que dificilmente 'dou pra trás'... não me lembro a última vez que tive a humildade de reconheci que tinha fudido e não tenha dado meia volta. Aqui é curinthia! E eu sigo a máxima do filme Ronin: quando houver dúvida, não há dúvida! Ergui a cabeça, respirei fundo e fui pra mesa.



O problema é que eu sou burro. Burraldão mesmo. Podia ter parado, analisado a situação e não ir muuuuito fundo no esquema, mas vejam o que se segue.

Observem o que começou a chegar na mesa, quase que deliberadamente: não me perguntem o que é... eu mal conseguia pensar no que estava fazendo, com o argentino falando este específico vocabulário, eu quase que fiquei tonto e desmaiei com tanta informação.



Basicamente, o primeiro veio a manteiga, tradicionalzona com uns pães que você podia escolher. Gostei mais deste fininho. Falei com o garçon e ele me informou que é um pão feito com muito sal e muito azeite, massa bem fina... e casca crocante. Parece um folheado, mas não é.



Depois veio a salada caprese nessa massa fininha em formato de cone com queijo brie. Muito boa. Obviamente que comi 3. Até então nem tinha olhado o cardápio... estava lá, no meio de pessoas como Menen, Madonna, Maradona, Eva Perón, etc... só gente desse nível estava presente!



Os demais pratos que seguiram e estão aqui, cara... eu não imagino o que seja... mas nada mesmo... só sei que comi de tudo e tudo estava muito bom. Por 2 vezes o garçon veio tirar o pedido, mas reafirmei que ainda não tinha olhado o menu e não sabia o que ia comer, quiçá o que iria beber.



Daí, chegou uma hora, uns 20 minutos depois que não dava mais pra evitar: tive que olhar o menu:

- 1 prato: 110 pesos
- 2 pratos: 180 pesos
- 3 pratos: 220 pesos
- menu degustação de 6 passos: 280 pesos + 2 taças de vinho, 340 pesos

Bebidas... cervejas, impagáveis. Pensei em tomar um vinho. Uma taça, não... uma garrafa. Afinal, fodido por 1, fodido por 1000. Me fodi por 1000. Resolvi pegar um vinho de 100 pesos. Obviamente que depois que o garçon abriu a garrafa, e infelizmente só depois que ele abriu, percebi que 1 garrafa seria muito e que 1 taça seria totalmente suficiente.

Ah man... nessa hora eu já tava dando risada alto, de mim mesmo... sorrindo pra todo mundo e lendo a mente de todos: CRETINÃO!

Pedi o primeiro prato: sopa de coco fresco, ravioli de santola e brotos de coentro.



Descobri que 'santola' é uma esqpécie de carangueijo. Daqueles grandes. Comi e pensei: será que vem mais uns 50 desse prato? Em seguida, pensei: CRETINÃO!

O que me restava era encher o copo de vinho e beber... ha... beber eu podia... pena que vinho não mata a fome e parti pro segundo prato: Merluza negra, emulsão de endro, maçã e confit de batatas. O que me instigou muito quando chegou:



Se a merluza era negra, porque que o peixe principal do prato é branco? Seria merluza apenas esses negocinhos escuros? Enfim... como não sei que sabor tem uma merluza, mandei bala no prato! O peixe estava ultré-desfiando... coisa de louco... vide imagem abaixo, em que tentei 'desfiar' o peixe com o garfo... e o garço, praticamente atravessou o peixe:



Enfim... o prato se desfez em minutos na minha boca. Assim como 280 pesos se desfizeram rapidamente na minha carteira.

Minha opinião: o restaurante é bonito, a carta de drinks, muito boa, com vários exclusivos da casa, o atendimento é rápido e, se você for acompanhado e pedir, por exemplo 3 pratos, ou até dividir o menu degustação com uma garrafa de vinho... dá pra ir tranquilamente. A gente em São Paulo gasta 60 pesos reais em um pão, hambúrguer, tomate, queijo e alface.

Ou se você é ricão, vai lá com sua esposa e pede 3 menus degustação... 1 só pra esnobar.

Tegui
Costa Rica, 5852
Ciudad Autónoma de Buenos Aires, Argentina
(0)11 5291 3333